quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

JANARY NUNES E A REVOLUÇÃO DE 1964





JANARY NUNES E A REVOLUÇÃO DE 1964

 Por Nilson Montoril

O Deputado Janary Gentil Nunes sendo recebido no Aeroporto de Macapá pelo jornalista Haroldo Pantoja Franco.O parlamentar estava cumprindo seu segundo mandato(1967 a 1970), mas já não possuia a mesma força política dos velhos tempos em que exerceu o carego de governador do Territóprio Federal do Amapá.


                        Eleito deputado federal em outubro de 1962, mas ainda sem tomar posse, o coronel Janary Gentil Nunes convenceu o presidente João Belchior Marques Goulart a nomear o coronel Terêncio Furtado de Mendonça Porto para governar o Amapá. Obteve a nomeação manifestando publicamente sua solidariedade ao mandatário do Brasil, que estava necessitando de apoio parlamentar para permanecer na presidência. Quando eclodiu a revolução de 1964, o panorama político se apresentou turbulento para o primeiro governador do Território do Amapá. No dia 2 de abril de mesmo ano, o comando da revolução militar extinguiu o mandato de Jango e constituiu uma Junta Militar para substituí-lo. Dia 9 de abril a Junta Militar baixou o Ato Institucional nº 1, cassando os direitos políticos de 102 cidadãos tidos como nocivos à nação brasileira. Dia 10 de abril foi publicada a lista dos cassados, havendo entre eles 41 deputados federais. Ainda no dia 10, sob forte impacto emocional, Janary Nunes decidiu que iria requerer licença para tratamento de saúde, abrindo espaço para que seu suplente Dário Cordeiro de Lima o substituísse na Câmara Federal. Ciente de que os militares articulavam a candidatura do general Humberto de Alencar Castelo Branco, Janary Nunes, que também integrava a reserva do Exército Brasileiro, prestou solidariedade ao movimento e prometeu referendar a indicação na condição de parlamentar. De fato, no dia 11 de abril de 1964, em sessão realizada no Congresso Nacional, Castelo Branco, já ocupando o posto de marechal e na reserva, foi eleito presidente do Brasil. Votaram a seu favor 361 parlamentares, registrando-se 72 abstenções.
Foto tirada no momento em que o coronel Terêncio Furtado de Mendonça Porto e o deputado eleito Janary Nunes deixavam o avião dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, no aeroporto de Macapá, em dezembro de 1962.Terêncio Porto havia sido nomeado governador do Território do Amapá e vinha substituir Raul Montero Valdez, indicado pelo então deputado Amilcar Pereira.

 A posse do marechal Castelo Branco ocorreu no dia l5 de abril de 1964, às 15 horas, no Congresso Nacional, ocasião em que o senhor Ranieri Mazzili, que ocupava interinamente o cargo de presidente da República, lhe transmitiu o comando da nação. Na tarde do mesmo dia, em Macapá, houve uma concentração popular na Praça Barão do Rio Branco para um ato litúrgico e apoio a Castelo Branco. Abrindo a programação a Banda de Música da Guarda Territorial executou o Hino Nacional, seguindo-se a celebração de missa pelo bispo Dom Aristides Piróvano. Após a missa teve inicio o ato político. O tenente José Alves Pessoa pelo Circulo Militar, Dr. Dalton Lima no exercício do cargo de deputado federal e o governador Terêncio Porto fizeram uso da palavra. A concentração foi intitulada como “Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade”, mesmo titulo do ato público articulado pelo deputado Cunha Bueno e pelo Padre irlandês Patrick Peyton, realizado em São Paulo, no dia 19 de março de 1964, que reuniu cerca de 400 mil pessoas. Ainda licenciado da Câmara Federal, mas livre de ter seu mandato cassado, Janary Nunes se limitou a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, inclusive a exoneração do governador Terêncio Porto e a nomeação do general Luiz Mendes da Silva para o governo do Amapá. Serenados os ânimos, Janary reassumiu sua titularidade na Câmara Federal, mas já não possuía a mesma força política de outros tempos. Rejeitado por antigos correligionários e hostilizado pelo eleitorado jovem, notadamente pelos estudantes, Janary Nunes ainda venceria a eleição realizada em 1966, mas seria suplantado por Antônio Cordeiro Pontes em 1970.
O presidente da República, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, à esquerda de quem vê a fotografia, ouve o governador do Amapá, general Luiz Mendes da Silva em solenidade realizada nas instalações da ICOMI, a 1º de setembro de 1966.À esquerda de Luiz Mendes estava o Dr. João Cardoso.

                        Sua ausência do Amapá depois que deixou o governo a 2 de fevereiro de 1956, para assumir a presidência da Petrobrás e depois ao cargo de Ministro Plenipotenciário do Brasil na Turquia foi fundamental para que seu prestigio declinasse. Velhos aliados políticos dos tempos áureos do Partido Social Democrático-PSD filiaram-se a outras associações, principalmente ao Partido Trabalhista Brasileiro-PTB. Em 1966, ele precisou valer-se da sublegenda ARENA 2 para permanecer no cargo de deputado federal. Neste pleito Janary Nunes venceu a chapa constituída por Alfredo Oliveira e João Lourenço da Silva detentora da sublegenda ARENA 1. A partir da posse do general Ivanhoé Gonçalves Martins no cargo de governador do Território Federal do Amapá, ocorrida no dia 20 de abril de 1967, o deputado Janary Nunes perdeu definitivamente sua influência no governo, fato que o levou a também perder eleitores. Tentou criar embaraços ao general Ivanhoé e só não perdeu o cargo de parlamentar porque mudou o rumo de sua conduta. Derrotado em 1970, afastou-se do Amapá, mas jamais o esqueceu. Queiram ou não seus adversários políticos, que no inicio eram seus amigos, Janary Gentil Nunes foi o transformador de uma região desprovida de atendimento governamental, lançando as bases que permitiram a evolução da unidade federada à condição de estado.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

ORDENAÇÃO DE DIÁCONOS EM SÃO LUIZ-MA










ORDENAÇÃO DE DIÁCONOS EM SÃO LUIZ-MA
Por Nilson Montoril

Capa do livro da Ordenação Diaconal. A solene celebração marcou o encerramento do Ano Jubilar da Arquidiocese de São Luiz e o encerramento do ano titurgico Católico.

                        No último dia 24 de novembro de 2012, sábado, a Arquidiocese de São Luiz realizou a solenidade de ordenação de 31 Diáconos Permanentes. Os novos diáconos foram indicados pelos párocos de suas Paróquias e freqüentaram um curso de teologia, no decorrer de 4 anos, na Escola Diaconal São Francisco de Assis. A turma recebeu o nome do Arcebispo de São Luiz, Dom José Belisário da Silva A belíssima cerimônia aconteceu no Ginásio Poliesportivo Georgiana Pflueger, o popular Castelinho, que integra o Complexo Esportivo Governador João Castelo Ribeiro Gonçalves e é conhecido nos meios esportivos como Castelão. Esse gestor público ocupou o cargo de governador do Estado do Maranhão no período de 1979 a 1982. A obra do monumental complexo esportivo foi concluída no dia 1º de maio de 1982, oportunidade em que se realizou um torneio futebolístico vencido pelo Sampaio Correa. No dia 5 de maio, atuando no gramado do Castelão, a seleção brasileira de futebol derrotou o escrete de Portugal por 3x1. O Ginásio Castelinho teve suas dependências totalmente ocupadas por integrantes das diversas paróquias que indicaram candidatos ao diaconato, por seus familiares, membros da imprensa e religiosos de várias ordens. Para não causar danos no piso da quadra esportiva, foram colocados tapumes de compensados.
Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São Luiz iniciando a solenidade de ordenação dos 31 diáconos indicados por 16 Paróquia e duas Capelanias Militares. Os diáconos ocuparam espaço na frente, em primeiro plano.Dom Belisário e natural de Carmópolis,Minas Gerais, onde nasceu no dia 9/8/1945.Foi ordenado sacerdote em 1969 e sagrado bispo no ano 2.000. É o atual vice-presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, eleito para o período 2011- 2015.Seu lema episcopal é: "Invisibiliem Tamquam Videns"(como se vivesse o invisivel)

 A cerimônia foi presidida por Dom José Belizário, Arcebispo da Arquidiocese de São Luiz e contou com a presença do Arcebispo de Terezina. Dom Jacinto Sobrinho e do Presidente da Comissão Nacional de Diáconos do Brasil, Kennon Konzen. Entre os 31 ordinados encontrava-se meu sobrinho David Martins Nunes júnior, filho de minha irmã Neyde Montoril de Araújo e de David Martins Nunes. David Júnior nasceu no dia 15 de outubro de 1963, no Hospital da Vila Amazonas, unidade de saúde mantida pela Indústria e Comércio de Minérios S.A. – ICOMI, mineradora que já encerrou suas atividades no Amapá. A Vila Amazonas, que ainda existe, ocupava área do então município de Macapá e atualmente pertence ao município de Santana. Dentre os filhos do casal Neyde Montoril e David Martins Nunes, o David Júnior é o mais identificado com o histórico religioso de minha saudosa irmã. Formado em odontologia foi exercer a profissão em São Luiz, a progressista capital do Estado do Maranhão. É casado com Lana Nunes e tem dois filhos David Neto e Júlio. Viajei de Macapá para São Luiz na madrugada do dia 21 de novembro com a precípua finalidade de ver meu sobrinho ser ordenado diácono. David Nunes Júnior tem estreita vinculação com a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, no centro da capital gonçalvina.

Reunidos na plataforma onde foi realizada a cerimônia de ordenação diaconal, os novos missionários de Cristo cantam uma canção em ritmo de valsa intitulada "Diácono de Jesus",composta pelo diácono George Castro, indicado ao diaconato pela Paróquia Nossa Senhora do Pérpetuo Socorro.

Junto comigo estavam minhas irmãs Lourdemar, Nancy, Nice e minha esposa Rosa Araújo. A despeito de ter passado minha infância freqüentando o Oratório Festivo e Recreativo São Luiz, em Macapá e freqüentado o Seminário Salesiano Nossa Senhora do Carmo, em Ananindeua, Estado do Pará, época em que era aluno do Colégio do Carmo, em Belém, nunca tinha visto uma solenidade de tal porte. Sei que o diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem e que os outros dois são o presbiterato e o episcopado. O diaconato não é coisa nova na igreja de Cristo e foi instituído pelos apóstolos. Em Atos 6,1-6 encontramos referências sobre a impostação das mãos sobre os primeiros sete diáconos: Felipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas, Nicolau e Estevão. A ordenação de diáconos vigorou na Igreja do Ocidente até o século V, mas depois caiu em desuso. Foi restabelecido pelo Concilio Vaticano II. Diaconia quer dizer serviço por isso o diácono é ordenado para servir.
No momento em que esta foto foi tirada pela Lana Nunes, esposa de David Nunes, ele já havia sido ordenado diácono permanente.David e Lana estão casados ha 20 anos e ela o apoiou incondicionalmento na busca do diaconato.

 Na Liturgia Eucarística, o diácono tem funções próprias: servir o altar, proclamar o evangelho, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. A principio, o diácono é ministro ordinário do Sacramento do Batismo e da Comunhão Eucarística. Também pode dar as bênçãos próprias de ministro ordenado em objetos de devoção, casas, automóveis, etc, inclusive com o Santíssimo Sacramento. Tem ainda a faculdade de presidir a celebração do Matrimônio. O diácono permanente sendo casado não pode ascender ao grau, ficando permanentemente como diácono. Se ficar viúvo pode ser ordenado sacerdote ou presbítero desde que estude pelo menos mil horas Teologia Bíblica, Dogmática, Liturgia e Pastoral
Deitado no chão, envergando a alva, David Nunes evidencia sua submissão aos preceitos dogmáticos da Igreja de Cristo.Ele aparece em primeiro plano na presente fotografia.

 Por ocasião do Rito da Ordenação Diaconal, o Diácono Raimundo convidou os ordinados a aproximarem-se do celebrante e dissessem, assim que seus nomes fossem pronunciados, a expressão Eis-me Aqui! O momento seguinte foi o Propósito dos Eleitos. Dom José Belisário fez cinco perguntas aos religiosos que seriam ordenados
Dom Belisário: Caros filhos. Antes de serdes admitidos à Ordem do Diaconato, é necessário que manifesteis, perante o povo, o vosso desejo de assumir este ministério. Quereis, pois, ser consagrados ao serviço da Igreja, mediante a imposição de minhas mãos e a graça do Espírito Santo?   
Eleitos: Quero
Dom Belisário: Quereis desempenhar com humildade e amor, o ministério dos diáconos como colaboradores da Ordem sacerdotal, para o bem do povo cristão?
Eleitos: Quero.
Dom Belisário: Quereis guardar o ministério da fé, como diz o Apóstolo, com a consciência pura e proclamar esta mesma fé, através das palavras e atos, conforme o Evangelho e a tradição da Igreja?
Eleitos: Quero.
Dom Belisário: Quereis, de acordo com o vosso estado, perseverar e progredir no espírito de oração e, neste mesmo espírito, segundo vossas condições, realizar fielmente a Liturgia das horas com o povo de Deus, em favor e pelo mundo inteiro?
Eleitos: Quero.
Dom Belisário: Quereis imitar sempre, na vossa vida, o exemplo de Cristo, de cujo corpo e sangue estareis a serviço?
Eleitos: Quero com a graça de Deus.

O Padre Ademir, amigo de David Nunes, e responsável por sua indicação ao diaconato lhe veste a Dalmática. Neste momento o futuro diácono  já esta usando a Estola.

PROMESSA DOS ELEITOS

Nesta parte da celebração Dom Belisário permaneceu sentado em uma poltrona na frente do altar para aguardar a aproximação de cada eleito. Eles se aproximaram do bispo, ajoelharam-se e puseram as mãos postas entre as do bispo manifestando seus propósitos de obediência e respeito. A cada um deles Dom Belisário fez diversas perguntas:
Dom Belisário: Prometes respeito e obediência a mim e a meus sucessores?
Eleitos: Prometo.
Dom Belisário: Deus, que te inspirou este bom propósito, te conduza sempre mais à perfeição.

Terminada a Prece de Ordenação Dom Belisário colocou a mitra em sua cabeça e os ordenados se levantaram. Presbíteros, diáconos e ministros presentes á solenidade impuseram a estola diaconal a cada um deles e lhes vestiram a dalmática. A Estola e a Dalmática são sinais externos do ministério diaconal.

David Martins Nunes Júnior, ajoelhado em frente a Dom José Belisário que faz a imposição de suas mãos na cabeça do novo diácono.

IMPOSIÇÃO DAS MÃOS/PRECE DE ORDENAÇÃO

Diante de Dom Belisário, que permaneceu em pé, com a mitra, cada um dos eleitos se ajoelha. Dom Belisário impôs as mãos sobre a cabeça de cada um, em silêncio. Tendo os eleitos ajoelhados diante de si, o bispo, sem mitra, diz de mãos estendidas a Prece da Ordenação: “Assisti-nos, nós vos pedimos, ó Deus Todo-Poderoso, fonte de todas as graças, que dividis as responsabilidades, repartis os serviços e assinalais os ofícios. Imutável em vos mesmo, tudo renovais e, dispondo todas as coisas em vossa eterna providência, por vossa palavra, força e sabedoria, que é Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, concedeis a cada momento o que mais nos convém. Na variedade dos dons celestes e na diversidade dos membros, fazeis crescer com admirável unidade, pela força do Espírito Santo, o corpo de Cristo, a vossa Igreja. Para a edificação do novo templo, constituístes três ordens de ministros para servirem ao vosso nome, como outrora escolhestes os filhos de Levi para o serviço do santuário. Assim, no inicio da Igreja, os apóstolos do vosso filho, movidos pelo Espírito Santo, escolheram sete homens de bem para ajudá-los no serviço diário, confiando-lhes a distribuição dos alimentos, pela oração e imposição das mãos, a fim de que eles próprios pudessem dedicar-se mais à oração e à pregação da palavra. Olhai também com bondade, Senhor, estes vossos servos que consagramos como Diáconos para o serviço do vosso altar: Enviais sobre eles,Senhor, nos vos pedimos, o Espírito Santo que os fortaleça com os sete dons da vossa graça, a fim de exercerem com fidelidade o seu ministério.
Resplandeçam neles as virtudes evangélicas: o amor sincero, a solicitude para com os enfermos e os pobres, a autonomia discreta, a simplicidade de coração e uma vida segundo o Espírito.
Brilhem em sua conduta os vossos mandamentos, para que o exemplo de sua vida desperte a imitação de vosso povo e, guiando-se por uma consciência reta, permaneçam firmes e estáveis no Cristo.
Assim, imitando na terra o vosso Filho, que não veio para ser servido, mas para servir, possam reinar com Ele no céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”.


ENTREGA DO LIVRO DOS EVANGELHOS

Este foi um instante altamente expressivo da cerimônia de ordenação dos diáconos. Já ordenados, com vestes diaconais, eles aproximaram-se do Bispo e ajoelharam-se diante dele. O Bispo entregou a cada um deles um exemplar dos evangelhos, dizendo: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que credes e procura realizar o que ensinares.” Depois de dizer estas palavras Dom Belisário acolheu a cada um dos diáconos para o abraço da paz. Estes pontos que destaquei foram incluídos no roteiro da missa assistida por um público participativo e convicto de sua fé em Jesus Cristo.

O ABRAÇO DA PAZ

Momento em que o Bispo José Belisário acolhia o diácono David Nunes no abraço da paz.


RELAÇÃO DOS DIÁCONOS POR PARÓQUIAS

- Paróquia São Francisco e Santa Clara: Afonso José de Souza Bezerra e José Ribamar Oliveira   
   Lima.
- Paróquia São José e São Pantaleão: Antônio Souza Araújo (Centro-São Roque), José Ribamar
   Ferreira Silva (Centro-São Roque) e Pedro de Jesus Nunes Silva Filho (Centro).
- Paróquia de São Francisco: Renato Fontoura Nogueira da Cruz, Getúlio Costa da Cruz, Marivaldo
   Rodrigues Oliveira.
- Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: Carlos Augusto Martins Santos (Cohab),Francisco
  Alves Camelo (Eldorado), George Henrique dos Santos Castro (Sol. Dos Lusitanos),Pedro de
   Jesus Rabelo Carvalho (Cohab).
- Capelania Militar: Celso Bastos Cardoso (24º BC), Marivaldo Estrela Pavão (PM), Raimundo
   Alves da Costa (PM)
- Paróquia Santa Terezinha (Filipinho): Antônio Pinheiro de Castro Silva e João Capistrano
   Fonseca.
- Paróquia de São Cristovão: Carlos Magno de Ribamar Ericeira.
- Paróquia Nossa Senhora dos Remédios: David Martins Nunes Júnior.
- Paróquia de Santo Antônio (Parque Vitória): Flávio Airton Rodrigues Pereira, José Ribamar
  Gonçalves da Silva, Rachid Maluf Neto
- Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem: Guilherme Alves Moraes (Rio Grande).
- Paróquia São José Operário do Bonfim: Joelson Mineiro Reis Ferreira (Mauro Fecury).
- Paróquia Imaculada Conceição da Bem Aventurada Virgem Maria (Bacabeiras). José Ribamar
   Desterro.
- Paróquia de Sant’Ana(Angelim): José Ribamar Pereira Campos,  José Ribamar Ribeiro Rocha.
- Paróquia São Vicente de Paulo (Apeadouro): Juarez Souza Moraes.
- Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Foz do Rio Anil (Cohafuma): Orlando Pacheco de Andrade
   Filho.
- Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Coroadinho): Sebastião Dias Lobato.
- Paróquia de São Francisco e Santa Clara (Hab. Turu): Afonso José de Souza Bezerra e José
   Ribamar Oliveira Lima.

ORAÇÃO DO DIÁCONO PERMANENTE

                        Deus e Pai Nosso, fortalece com a graça do Espírito Santo os diáconos de vossa Igreja, para que desempenhem com alegria, fidelidade e em espírito de comunidade eclesial, o seu ministério de diáconos, seguindo os passos de vosso Filho, Jesus Cristo, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos”. Nós vos pedimos pelas famílias dos diáconos casados: que sejam autênticas “Igrejas domésticas”, segundo o exemplo da Sagrada Família de Nazaré, e delas surjam vocações sacerdotais e religiosas. Virgem Maria, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos, rogai pelos ministros do Senhor! São Lourenço, diácono e mártir, rogai pelos diáconos, servos do Povo de Deus! Amém! 

A PRIMEIRA MISSA CELEBRADA POR DAVID NUNES JÚNIOR   
   
O diácono David Nunes lento o texto do evangelho de Cristo dando enfase as palavras do Divino Mestre: Eu vim para servir, não para ser servido.Também centrou suas palavras no tema"Já não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim!

Aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Graças, na comunidade quilombola da Camboa, na noite de domingo, dia 25 de novembro de 2012.A comunidade realizava a festa de sua padroeira e lotou o templo. Hinos diversos foram entoados, no estilo carismático, inclusive com alguns cantos marcados pela toada do "bumba meu boi". A Camboa corresponde a uma região limítrofe com o centro de São Luiz e foi aterrada há pouco tempo. Camboa é o mesmo que lago formado pela entrada e saida da água do mar. Até o final da década de 1970, só havia palafitas na Camboa. Hoje a comunidade é considerada de classe média baixa e vem recebendo infraestrutura social como água,energia elétrica, esgoto, pavimentação de ruas e assistência médica. O odontólogo e diácono David Martins Nunes Júnior é identificado com os moradores da Camboa há bastante tempo.

Dom Jacinto Sobrinhoé maranhense de Bacabal, cidade onde ocorreu seu nascimento a 16/6/1947. Foi Bispo Diocesano de Crateús, no Ceará. O Papa Bento XVI o nomeou Arcebispo da Arquidiocese de Terezina,Piaui, no dia 22/2/2012.Ele foi convidado de honrra para a cerimônia de ordenação dos diáconos do Maranhão.


terça-feira, 30 de outubro de 2012


 A FRACASSADA AÇÃO MILITAR DOS FRANCESES EM AMAPÁ

 Por Nilson Montoril

Mapas da Guyana Francesa e do Estado do Amapá.

                        No dia 9 de maio de 1895, uma quinta-feira, o Comissário Geral e Governador da Guiana Francesa, monsieur Charvein, preside uma sessão do Conselho Consultivo de Caiene para discutir com seus mais destacados membros o plano de invasão à vila do Espírito Santo do Rio Amapá Pequeno. Na oportunidade ficou decidido que a operação era de guerra e tinha por finalidade primordial prender o cidadão Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho e libertar o negro brasileiro Trajano Benites Benoir, que era aliado dos franceses. Na manhã do dia 10, sexta-feira, o Governador Charvein expediu instruções a seus assessores militares mais diretos como Lunier, Audibert, Destoup e d’Escrienne. Ao capitão Lunier, comandante da canhoneira Bengali (bengala) foi confiada a chefia geral da missão armada. Ao capitão-tenente Audibert, foram passadas ordens para verificar de haveria tropas regulares na Vila do Espírito Santo e, se houvesse registrar qual era o seu contingente. Se comprovada a existência de tropas regulares, Audibert deveria dirigir-se ao comandante brasileiro, exigindo a libertação de Trajano. Ao comandante do navio a vapor Liffield, que era um aviso de guerra, foi passada a ordem para realizar o transporte de 10 gendarmes e um brigadeiro até Calçoene, a fim de desalojarem e prenderem possíveis comandados de Cabralzinho que ali poderiam estar. O aviso de guerra Liffield, zarpou do porto de Caiene dia 11 de maio, sábado, às 6 horas da manhã. A canhoneira Bengali desatracou do porto de Caiene ao amanhecer do dia 12 de maio, domingo, conduzindo 58 soldados de infantaria naval, comandados pelo capitão-tenente Destoup e 36 marinheiros comandados pelo segundo-tenente d’Escrienne. Desempenhando a função de médico embarcara o Dr. Condé, revestido da patente de tenente. Cada oficial e cada soldado recebeu 120 cartuchos para armas de repetição. Ao desembarcarem na vila de Amapá, todos deveriam estar com as armas municiadas e as baionetas caladas. Também fariam uso de suas espadas.
Mapa da "Rèpublique De La Guayne Independente" ou "República do Cunani" fundada pelo aventureiro Jules Gross. Esta fantasiosa unidade administrativa avançava por terras do Pará e Amazonas até alcançar o rio Branco.

                        Na forma das instruções que o governador de Caiene transmitiu ao Capitão Lunier, os franceses deveriam ter muita cautela antes de entrar na vila, fazendo-o de imediato se por acaso os brasileiros dessem inicio as hostilidades. Ainda no decorrer do dia 12 de maio a canhoneira Bengali chegou à foz do rio Calçoene, onde deveria aguardar o retorno do aviso de guerra Liffield, que se encontrava fundeado no rio Calçoene, em frente à cachoeira Firmino. Na vila Firmino, o comandante do vapor Liffield foi informado pelo comerciante Bisson, que era francês e ali residia há algum tempo, que Trajano tinha sido preso por enviados de Cabralzinho e levado para a vila de Amapá. No mesmo dia, em Cunani, um grupo de voluntários de Exército Defensor do Amapá, içava a bandeira do Brasil, no mesmo mastro onde os guianenses costumavam hastear a bandeira da França, erguido em frente ao prédio que o Capitão Trajano Benites vinha usando como sede da Prefeitura. O pavilhão franco, arriado pelos brasileiros, ficou como butim. A população de Cunani, constituída basicamente por brasileiros, vibrou com o acontecimento. Posicionada na foz do rio Calçoene, a Bengali disparou um tiro de canhão para avisar o comandante do navio Liffield de que o aguardava. Juntos, a Bengali e o Liffield, permaneceram fundeados em águas atlânticas até o amanhecer do dia 13 de maio, segunda-feira, quando navegaram no sentido da vila de Amapá. Na madrugada do dia 15 de maio, quarta-feira, os franceses chegaram à foz do rio Amapá Pequeno, mas não puderam singrar as suas águas barrentas, devido ao fato da Bengali ser um vaso de guerra de relativo porte, cujo calado não favorecia sua entrada no referido caudal. O mesmo deve ter ocorrido com o Liffield. Utilizando escaleres, os franceses rumaram para dois pontos que eles consideravam estratégicos. O Capitão Lunier e o capitão-tenente Destoup iam à frente de 58 soldados de infantaria para alcançar a vila de Amapá pela frente. O segundo-tenente d’Escrienne seguiu para o local do cemitério velho, de onde chegaria à vila pela retaguarda. Tinha sob seu comando 36 matelot (marinheiros).
A área em cinza correspondia ao Território Contestado que a França dizia lhe pertencer.  Fatos históricos  incontestáveis  indicavam que as terras entre a margem esquerda do rio Araguary e a margem direita do rio Oiapoque era brasileiras. Levados pela ambição, os franceses chegaram ao cúmulo de dizer que os rios Araguary e Amazonas eram um único caldal.

                        Enquanto os franceses desencadeavam essas manobras, a população da vila de Amapá levava a vida de maneira sossegada. Desde o mês de dezembro de 1894, os amapaenses tinham decidido pela criação de um sistema de gestão denominado Triunvirato, bastante conhecido na história política do Pará. O Triunvirato do Território Amapaense foi criado depois que os franceses nomearam um governador para a região do contestado, cuja sede seria a vila de Amapá e proibiram a entrada de brasileiros nas regiões das minas de ouro. Despontou como mentor da idéia Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho, que em 1891 liderara um movimento em Belém, visando impedir a posse de Lauro Sodré no governo da Província do Pará. O curioso é que Cabralzinho integrava a facção política que apoiava Lauro Sodré, mas não concordava com a forma como foi eleito o governante. Ele não era militar, mas praticava com maestria o jogo de capoeira, tão necessário, como a navalha, quando havia confrontos com militantes de partidos adversários. Atuaram ao lado de Cabralzinho: Cônego Domingos Maltez, Desidério Antônio Coelho, Antônio Gonçalves Tocantins e outros. Eram 10h15min horas do dia 15 de maio de 1895, quarta-feira, quando o contingente francês desembarcou na vila de Amapá. Poucas pessoas podiam ser vistas fora de suas casas. Um dos moradores foi detido por Lunier e orientado a chamar Cabralzinho. A presença dos franceses era esperada na vila, mas ninguém imaginava que eles ostentariam tanto poderio militar. Cabralzinho recebeu o comunicado e tratou de passar orientações a diversos integrantes do Exército Defensor do Amapá, que na verdade não pode sequer ser comparado a uma milícia dos dias atuais. Os integrantes dessa força cabocla utilizavam suas próprias armas e não tinham uniformes e espadas. Cabralzinho foi ao encontro de Lunier ladeado por outros moradores. Lunier não o conhecia, razão pela qual Cabral optou por estar entre acompanhante. Se fosse sozinho, certamente seria morto de imediato.
O prato com a figura de Cabralzinho e sua pistola estavam dependurados na parede da sala de Dona Altamira Cabral , filha do herói amapaense, na cidade de Belém.

                        Acostumado a brigar valendo-se da capoeira, Cabralzinho encostou-se a Lunier, frente a frente, cara a cara e desarmado. A mínima distância era fundamental para uma reação. Ciente de que seus companheiros estavam posicionados para revidar os ataques dos franceses, não negou sua identidade quando Lunier perguntou se ele era Cabralzinho. Porém, ao ouvir o oficial franco mandar prendê-lo, decidiu apossar-se da pistola que Lunier tinha à cintura e a seu alcance. Com um golpe de capoeira prostou o oficial ao chão e o matou. A morte também foi o destino dos soldados que tentaram atingi-lo. Sem munição, cabralzinho e outros companheiros refugiaram-se na mata e ali esperaram os reforços que viriam das fazendas. Estimulados pelo tenente Destoup, os franceses investem contra a população indefesa e chacinam 38 pessoas. Cientes de que a maré baixa deixaria os escaleres encalhados, trataram de se retirar, levando 6 mortos, 22 feridos e alguns reféns. A partir do dia 15 de maio de 1895, a região do contestado passou a ser dominada pelos brasileiros, tendo a dirigi-la o Triunvirato do Território Amapaense e a Constituição do Estado do Pará.

Monumento existente na cidade de Amapá, erguido por iniciativa da Maçonaria no local onde  ocorreu o encontro entre Cabralzinho e o capitão Lunier. A placa contém a frase de um deputado pernambucano que saudou Cabralzinho quando o navio que levava o herói amapaense ao Rio de Janeiro aportou em Recife: "Se grande foi o Cabral que nos descobriu, maior foi o que nos defendeu." 
                         

quinta-feira, 18 de outubro de 2012


     REMO, O CLUBE DE PERIÇÁ

          Por Nilson Montoril

Expressivo  escudo do Clube do Remo concebido à época em que a agremiação  só participava de regatas.

            As trajetórias existenciais dos dois mais importantes clubes do Estado do Pará, Remo e Paysandu são repletas de fatos curiosos. O Clube do Remo não surgiu com essa denominação e sim com o título de Grupo de Remo, no dia 5 de fevereiro de 1905. Foi fundado por alguns esportistas discidentes do Sport Club of Pará para participar das competições náuticas realizadas nas águas da Baia de Guarajá. Aliás, vários dos grandes clubes do Brasil tiveram no inicio de suas atividades o escopo exclusivo de disputar regatas. O primeiro campeão paraense de remo foi o Pará Clube, em 1905,que fez uso de apenas um barco, o “Ceará”. Os barcos utilizados nas regatas eram conhecidos como “iole”. Os mais leves vinham da Itália e os mais pesados eram fabricados no Rio Grande do Sul e em Niterói. A segunda regata no Pará só aconteceu em 1909 e a Recreativa sagrou-se campeã utilizando o barco “Ruivinha”. A sede náutica do Grupo do Remo foi erguida na Rua Siqueira Campos, ex-Rua Norte, a primeira a ser aberta em Belém. A Garagem Náutica, ainda em atividade tem fundos para o Rio Guamá. Em 1907, o Grupo do Remo possuía nove embarcações compreendendo canoas de 2 e 4 remos, baleeiras de 2, 4, 6 e 12 remos, iole a 4, iole a 8 e double-shiff. Devido a uma crise interna os remistas decidiram decretar a extinção da agremiação, mas uma turma denominada o Grupo dos Onze a reestruturou e a fez ressurgir no dia 15 de agosto de 1911. Participaram dessa iniciativa os abnegados desportistas Geraldo Mota (popular Rubilar, atleta que praticava remo, futebol e pedestrianismo), Nertan Corlett, Harley Corlett, Antônio Ribeiro da Silva, Jaime Lima, Mário Araújo, Palmério Pinto, Elzaman Magalhães, Oscar César Saltão (o líder do grupo), Severino Poggy e o macapaense Cândido Barata Jucá, filho do Coronel Coriolano Finéas Jucá, primeiro Intendente do Município paraense de Macapá. Na época da reorganização do Clube do Remo Cândido Jucá residia em Belém e morria de amores pelas cores do grêmio azul. As reuniões preparatórias visando à reorganização da entidade ocorriam no antigo Café Manduca. No dia do resgate da agremiação os integrantes do Grupo dos Onze realizaram um passeio fluvial utilizando um barco da Liga Marítima Brasileira e foram até Miramar, onde residia o português Chico Xavier, amigo de todos e que muito ajudou na reorganização. 

Aos onze abnegados torcedores do Grupo do Remo cujas fotografias estão estampadas neste cartão é que se deve a reorganização de um sociedade que chegou a ser considerada extinta. O cabeça pensante do grupo era Oscar César Saltão, líder nato em quem os demais companheiros acreditavam piamente.

Em sua nova fase a instituição passou a ostentar a denominação de Clube do Remo, devotando-se ao esporte náutico, ao tênis, a natação e ao futebol. Do grupo acima especificado, Cândido Jucá, Oscar Saltão e Antônio Ribeiro destacaram-se como remadores e integraram a equipe azulina que arrebatou o Torneio Náutico realizado em Belém no dia 13 de maio de 1912, pela passagem de mais um ano da abolição da escravatura no Brasil. 

Depois que o Grupo do Remo passou a participar de outras modalidades esportivas sua sede era a mesma do tradicional clube dedicado apenas às competições náuticas. A partir de 1928, uma nova sede foi construída e corresponde ao imóvel aqui retratado. Depois dele veio o Palácio Azul.

 O jogo de batismo do Clube do Remo, no futebol, data de 14 de julho de 1913, contra o time da União Esportiva. Os azulinos suplantaram seus adversários por 4x1. A União Esportiva havia conquistado o titulo do primeiro campeonato paraense de futebol em 1908. Em 1909, não houve disputas, mas em 1910, a União Esportiva sagrou-se bi-campeão. Na cidade de Belém não existia estádio de futebol. As partidas eram disputadas num arremedo de campo delineado em uma ampla área urbana no Largo de São Braz. Nos anos de 1911 e 1912 também não ocorreu certames. Em 1913, ainda jogando no campo do Largo de São Braz, o Clube do Remo conquistou o campeonato. Em 1914, atuando no campo do Paysandu, o Remo obteve mais um título, repetindo a façanha até 1919. É ainda hoje o único hepta-campeão paraense de futebol. Nos esportes náuticos o Clube do Remo continuava amealhando glórias. Entretanto, em 1921, uma fatalidade deixou o desporto do Pará de luto. Na manhã do dia 16 de maio do ano acima referido, o jovem atleta Carlos Ferreira Lopes, conhecido como Periçá, que integrava a segunda equipe de futebol do Clube do Remo foi defender as cores de sua agremiação numa prova de “mergulho de tempo”. Vencia essa prova o competidor que passasse mais tempo submerso. Periçá havia nadado 600 metros em outra competição e ainda não estava completamente refeito do esforço dispendido. Ele era tido como um mergulhador de muito fôlego e tinha provado isso em outras disputas. Desta feita Periçá mergulhou, mas demorou demais. Seus seis irmãos que o acompanhavam e outros atletas do Remo o retiraram das águas da Baia do Guajará ainda com vida e o levaram para o Hospital D. Luiz I. Naquela casa de saúde Periçá permaneceu internado por sete dias, falecendo no dia 23 de maio de 1921.

Sentado na sala de sua casa ao lado do bis-neto Ronaldo, Cândido Jucá estava á época da fotografia com 86 anos de idade. Tinha uma prole numerosa,mas no presente flagrante só aparecem o filho Cláudio,a esposa do Cláudio, Benita Souza Jucá, as netas Ieda Cristina, Cláudia Maria, Márcia Helena e a bis-neta Larissa. Cândido Jucá foi um dos dez  filhos que o coronel da Guarda Nacional  Coriolano Finéas Jucá e teve com Maria Negreiros Jucá. Era irmão de Maria do Carmo Jucá, segunda esposa de meu avô Antônio Torquato de Araujo.

 O enterro do abnegado atleta provocou profunda comoção nos moradores de Belém e foi acompanhado pela multidão até o cemitério Santa Izabel. Nascido na capital do Pará a 18 de outubro de 1898, Periçá faleceu com apenas 21 anos incompletos. Entre as homenagens prestadas a Carlos Ferreira Lopes, os próceres azulinos rotularam o Remo como o “Clube de Periçá”. No inicio da década de 1920, o Clube do Remo possuía entre seus atletas o jovem Evandro Almeida. Na defesa, ele só não atuava como goleiro. Em 1924, quando o Clube do Remo sagrou-se campeão a formação azulina era: Francelisio; Romeu e Ovídio; Brito, Vivi e Evandro Almeida; Formiga, Pequenino, Formigão, Rato e Porto. Evandro Almeida permaneceu como titular do Remo durante dez anos, sagrando-se campeão em 1925, 1926, 1930 e 1933. Em uma partida realizada em seu próprio estádio, o clube de Periçá perdia o jogo quando Evandro Almeida disputou de cabeça uma bola com um adversário e sofreu acentuado corte no couro cabeludo. Foi retirado de campo e assistido pelo médico, mas não aceitou ser substituído. Mesmo estando com a cabeça enfaixada ele retornou ao campo e a usou para marcar o gol de empate. Com essa prova de raça, coragem e amor ao time, Evandro Almeida foi considerado um autêntico leão. Isso levou os dirigentes do Clube do Remo a nomear o estádio da agremiação como Evandro Almeida.
Geraldo Mota, o consagrado atleta Rubilar praticava com preciosismo o remo, o pedestrianismo e o futebol. Na fotografia que ilustra este artigo ele aparece usando uma camiseta  sem mangas, tipo regata, tendo diversas medalhas que conquistou galhardamente. O broche com o escudo colorido do Clube do Remo corresponde a uma montagem que lhe cai muito bem.


 Além de ser rotulado como Clube de Periçá, o Clube do Remo também é conhecido como “Leão Azul”. Coube ao jornalista Edgar Proença utilizar o termo pela primeira vez. Os torcedores normalmente simplificam o termo para Leão. Por amor ao Clube do Remo, meu tio Hermano Jucá de Araújo mandou esculpir, em Macapá um leão igual aos que existem na frente do Fórum de Macapá inaugurado em 1953, atual sede da OAB/AP. Por exigência de Hermano Jucá, fanático torcedor do Remo, a escultura foi pintada de azul marinho e doada ao time da sua devoção. Duro foi convencer o Comandante Francisco Jucá do Nascimento, seu primo e cunhado, a levar a escultura para Belém. O Comandante Jucá, que era torcedor do Paysandu, disse que só transportaria a escultura se ela fosse encaixotada e colocada no fundo do porão do navio da ENASA que navegava sob sua responsabilidade. Se algum torcedor do Remo não sabia disso, ficará sabendo a partir da leitura desse artigo. O Leão Azul instalado no Estádio Evandro Almeida foi concebido em Macapá, pelo escultor Antônio Costa, a pedido de Hermano Jucá de Araújo, a partir de uma forma de madeira confeccionada por Jorge Marceneiro. Hermano Jucá era filho do Major Fiscal Antônio Torquato de Araújo e Maria do Carmo Negreiros Jucá, portanto sobrinho de Cândido Jucá.

                        Com sua entrada principal originalmente situada na Avenida Tito Franco de Almeida, cujo nome foi mudado tempos depois para Almirante Barroso, o Estádio Evandro Almeida também permite que os torcedores tenham acesso pela Rua Antônio Ladislau Monteiro Baena. Esse eminente cidadão nunca jogou futebol, seu nome sempre é citado como uma das formas da imprensa do Pará se referir ao Clube do Remo: Leão de Antônio Baena. O jornalista Tavernard escrevia suas matérias enaltecendo o Clube do Remo como “filho da glória e do triunfo”. Foi o bastante para que os torcedores do Paysandu afirmarem que o Papão é o triunfo, portanto, pai do Remo, como, aliás, o próprio prefixo do clube alvi-celeste já indica. Sou torcedor do Papão da Curuzu, mas tenho uma imensa admiração pelo Clube de Periçá, bem quisto por muitos dos meus parentes. Da mesma forma como às vezes o Papão sofre de fastio, o Leão se torna manso. Mesmo que o atual Estádio Evandro Almeida seja vendido, a nova toca do Leão continuará a ter a mesma denominação. O Clube do Remo permanecerá sendo tratado como Clube de Periçá, Leão Azul, Leão e Filho da Glória e do Triunfo. Perderá, entretanto, a referência “Leão de Antônio Baena”. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A IGREJA MATRIZ DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ



                                                             

 A IGREJA MATRIZ DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ

                             Por Nilson Montoril

Imagem da Igreja de São José evidenciando as duas passagem que levavam ao Largo dos Inocentes. À esquerda do templo ainda estava ereto o prédio da Casa Paroquial. No local  deste imóvel foi erguido o primeiro bloco da Prelazia de Macapá. Até hoje, o importante templo inaugurado no dia 6 de março de 1761, ainda não foi tombado pelo IPHAN.

                        Figuro entre as pessoas que preferem usar a palavra templo, para designar a construção onde ocorrem os ofícios religiosos. A palavra igreja, ao tempo de Jesus Cristo, foi utilizada para identificar o conjunto de fieis ligados à mesma fé e sujeitos aos mesmos chefes espirituais. Os gregos chamavam de “ekklesia” as assembléias. Os romanos também adotaram o termo, substituindo as letras k por duas letras c: ecclesia. Quando poucos indivíduos reuniam-se para tratar de assuntos sigilosos, dizia-se que eles estavam fazendo uma igrejinha. Ainda hoje é assim. Foi o próprio Jesus Cristo quem usou a palavra ao se referir a sua comunidade: “lembra-te Pedro que tu és pedra e sobre esta pedra construirei a minha igreja”. Até mesmo algumas seitas protestantes usam a palavra, caso da “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.
Músicos de nacionalidade alemã que integravam a CAMERATA MUSICALE-Freundeskreis der Musikschule Giengen, próximo ao altar-mor, onde fizeram uma bela apresentação na Igreja de São José , dia 17 de maio de 2005 e a dedicaram aos sacerdotes do Pontificio Instituto das Missões Estramgeiras-PIME. Sempre que eles se apresentam em algum lugar, não deixam de fazê-lo em igrejas.(foto do arquivo de  Nilson Montoril Júnior).
                        Nossa pequena cidade de Macapá tem, na igreja de São José, o mais antigo monumento patrimonial da sua história. Mas, a igreja da qual falaremos não foi a primeira a ser erguida na “Província dos Tucujú”. O primeiro templo era bem humilde, tendo um altar de madeira, sobre o qual ficava a imagem de São José, pai putativo de Jesus Cristo. Deve ter sido construída ainda no final do ano de 1751, na área onde está erguida a Fortaleza. Pouco tempo depois, ainda no mesmo local, foi erigido um novo tempo, em taipa, e coberto de palha. A Paróquia de São José de Macapá foi criada em 1752, sendo nomeado como Vigário o Pe. Miguel Ângelo de Moraes, presente no povoado desde novembro de 1751. No dia 4 de fevereiro de 1758, ocasião em que o povoado de Macapá foi elevado à categoria de vila, se deu o lançamento da pedra fundamental de uma nova igreja, no Largo de São Sebastião. A 6 de março de 1751, o templo foi inaugurado. As plantas foram elaboradas pelo Sargento Mor da vila e aprovadas pelo arquiteto italiano Antônio Lande, especialista em cartografia e construções. O aspecto do templo era bem singular. Nas laterais havia uma porta e uma janela alta. A frente do prédio tinha uma porta central de uma só folha. Ao alto, figuravam duas janelas gradeadas com ferro. Ao lado esquerdo do templo se levanta um campanário com uns 15 metros de altura. Em cada face do campanário há um sino. O acesso ao campanário era feito por uma porta posterior à fachada, cujo acesso era feito através da “Passagem Espírito Santo”, existente à esquerda do templo, entre o ele e a Casa Paroquial À direita da Igreja de São José havia a “Passagem Santo Antônio”, separando a casa de orações do prédio do Senado da Câmara. A escada que leva ao piso onde são luxadas as cordas dos sinos é de madeira. Conforme a planta da Vila de São de São José de Macapá, traçada em 1761, pelo Capitão Engenheiro João Geraldo Gronsfeld, a igreja tem a frente para a Rua São José. O fundo demanda para o “Largo dos Inocentes”, cortado por uma estreita via denominada “Rua dos Inocentes”. Os moradores do Largo dos Inocentes usavam as passagens Espírito Santo e Santo Antônio para terem acesso ao Largo de São Sebastião, posteriormente Largo da Matriz, e a outros logradouros do burgo. Até o inicio da década de 1980, carros e outras viaturas trafegavam pelas duas passagens. Para evitar danos à igreja, o poder público autorizou a então Prelazia de Macapá a fechar, com grades de ferro, a Passagem Santo Antônio, permitindo que os padres se movimentassem com tranqüilidade entre a Sacristia e o imóvel onde residiam. Por ocasião da ampla reforma pela qual passou a Biblioteca Elcy Rodrigues Lacerda, erguida na área do velho Senado da Câmara, a largura da Passagem Santo Antônio foi drasticamente reduzida. 

Prédio do antigo Senado da Câmara, onde também funcionoram: a Escola Pública de Macapá, uma Farmácia instalada pelo Padre Júlio Maria Lombaerd, a Unidade Mista de Saúde do Território do Amapá, o Palácio do Governo, a 1ª Central Telefônica do Território do Amapá e a Escola Técnica de Comércio do Amapá, que foi encampada pelo governo do General Ivanhoé Gonçalves Martins e passou a funcionar como Escola Comercial do Amapá-CCA. Este imóvel, por ser irrecuperável, foi demolido em 1970. No local foi construida a sede da  Biblioteca Pública Elcy Rodrigues Lacerda, bem diferente da atual.

As alterações feitas no contorno da igreja foram amplamente aprovadas pela população, haja vista que o barulho produzido por veículos automotores e indivíduos contrários ao catolicismo perturbavam as orações, as missas, as novenas, as celebrações de casamentos e a ministração do batismo e crisma. A coberta da igreja sempre foi de telha de barro, com um considerável beiral que protegia as paredes. Há informes de que suas características do estilo arquitetônico inaciano foram sendo modificadas com as reformas introduzidas. A reforma mais expressiva, feita antes da chegada dos padres italianos, é mérito do sacerdote francês François Rellier, no inicio do século dezenove. O registro descritivo mais rico em detalhes é obra do Padre Júlio Maria Lombaerd, que desembarcou em Macapá a 27 de fevereiro de 1913, egresso de Belém. Além de descrever aspectos da cidade, Padre Júlio fala da igreja: “Da cidade baixa, fomos para a cidade alta, construída na planície. Primeiramente chegamos a uma grande praça, de mais de dois hectares de superfície. É a Praça da Matriz. E, realmente, na nossa frente, do lado oposto da praça, ergue-se solene, quase majestosa, uma grande igreja de pedra. Destaca-se no meio de tudo que a cerca. De construção regular, coberta de telhas francesas, com uma torre ao lado, como todas as igrejas brasileiras, tem um tríplice pórtico, encimado de três belas janelas com vidro. Uma escultura simples, mas de bom gosto. Termina com o pinhão que serve de base para uma cruz branca, dando ao conjunto um toque de esperança e de futuro. Um pavimento ladrilhado, à maneira européia, forma diante do pórtico, uma bela plataforma que termina de cada lado, com uma coluna de madeira com lâmpadas para iluminação”.

A imagem de São Bebedito figurou por muito tempo  no altar localizado à esquerda de quem entra na Igreja São José, hoje ocupado pela imagem do Sagrado Coração de Jesus. Protetor da comunidade negra de Macapá, atualmente tem sua própria igreja, no Laguinho.

                        Observa-se que, nos termos da narrativa do Padre Júlio Maria Lombaerd, na fachada da igreja já existiam três portas, três janelas com vidros e pinhões no frontispício. São detalhes arquitetônicos que passaram a figurar após as reformas feitas por iniciativa do Padre Rellier. A iluminação das ruas e travessas de Macapá era a querosene, havendo um servidor municipal que acendia e apagava as luminárias. Voltemos às narrações do Padre Júlio Maria Lombaerd: “Entrando no Santuário, onde não pude conter uma exclamação – Que igreja bonita! E de fato, é uma das mais belas que encontrei, até agora, nesta terra brasileira. É simples e muito e muito simples mesmo e, por conseguinte, sem pormenores arquitetônicos; mas esta simplicidade lhe comunica algo de majestoso, quase misterioso. Tendo apenas uma nave central, sem as laterais, permite-nos vê-la, no conjunto, com o primeiro relance de olhos e avaliar suas dimensões. A nave, da porta de entrada até a mesa de comunhão, mede 22 metros de comprimento por 11 de largura. A estrutura é regular e sem saliências. As paredes são brancas; o piso é de ladrilhos de cimento, com desenhos variados e três divisões com imitação mosaica, marcando a linha média da nave. O altar-mor está bem acima do piso, com seis grandes degraus. De cada lado do altar estão dois outros altares, do mesmo modelo, porém menores. Um tem, na última banqueta, a imagem do Sagrado Coração de Jesus; o outro a de Santo Antônio, mas, na banqueta principal está a imagem de São José, o padroeira da igreja. O coro é separado do corpo da igreja por uma magnífica mesa de comunhão de ferro fundido. Nesta parte, o corpo da igreja se estreita de maneira a deixar bastante espaço, a cada lado da mesa de comunhão, para dois altares; um consagrado a São Benedito, e outro, a Nossa Senhora, ou antes, a um grupo de Santas Virgens. Há umas três ou quatro imagens destas Virgens, todas bem estragadas; umas mais do que as outras – carcomidas, quebradas. A uma falta mão; á outra braços. São todas pintadas de cores berrantes, quase ridículas.
                        Do lado do Evangelho está um lindo púlpito esculpido em cedro. No meio da igreja há dois altares laterais, um em frente ao outro. Um consagrado não sei a qual santo, porque há as imagens de São Miguel, São Vicente de Paulo, São Raimundo Nonato, São José e São Tomé, etc. Uma coleção de antiguidades. O do outro lado é consagrado à Sagrada Família. Ao entrar na igreja, o fiel podia ver dois altares separados por uma linda grade de ferro fundido. Um é o altar – túmulo (à direita), com a imagem do Salvador no sepulcro. É encimado pela imagem de Jesus carregando a cruz. Do outro lado está o batistério”.

A Sabrada Família, constituida por Maria, José e Jesus. Consta que, a intrudução da imagem na Igreja de São José, antecedeu a vinda dos padres da Congregação da Sagrada Família, que atuaram nas terras do Amapá entre os anos de 1911 a 1948. O famoso Padre Júlio Maria de Lombaerd  foi o segundo integrante da ordem a se estabelecer em Macapá.
                        A partir do segundo semestre de 1948, outras modificações aconteceriam. Presentes nas terras do Amapá desde 1911, os Padres da Congregação da Sagrada Família a deixaram em junho de 1948, repassando ao Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras a missão evangelizadora que haviam recebido em 1911. Os sacramentinos foram substituídos pelos sacerdotes italianos. Os dois primeiros, Aristides Piróvano e Arcângelo Cerqua, chegaram dia 29/5/1948. No dia 25 de junho de 1948, chegavam a Macapá, por via fluvial, os padres Luiz Viganó, Mário Limonta, Lino Simonelli, Carlos Bassanini e Vitório Galliani. Mestre em restaurações, o Padre Mário Limonta ficou encarregado de reformar a igreja e a casa paroquial.
Arcângelo Miguel, responsável pela eterna vigilância a Lúcifer, aqui aparece com espada na mão direita, uma balança na mão esquerda e o pé esquerdo sobre a  cabeça do diabo forçando-o a retornar ao inferno. São Miguel também tem a incumbência de pesar os pecados das almas que retornam ao Criador, daí a balança estar simbolicamente retratada na gravura. Segundo o Apocalipse, livro escrito pelo apóstolo João Evangelista, o Arcângelo Miguel e Lúcifer só travarão a batalha final, nominada Batalha Celeste, no dia em que comandará a guerra do fim do mundo. 

 No fundo do templo, foi modificado o altar central, permanecendo nele a imagem de São José. Nos altares ao lado, as imagens do Sagrado Coração de Jesus e a de Santo Antônio de Lisboa cederam espaço para dois belos painéis pintado pelo Pe. Lino Simonelli. À esquerda, cena da Sagrada Família fugindo para o Egito. À direita, a Sagrada Família foi retratada trabalhando na oficina de carpintaria de São José. A Imagem do Sagrado Coração passou a ocupar o altar onde ficava a imagem de São Benedito, à esquerda da mesa de Comunhão.
São Vicente de Paulo. Em Macapá ainda funciona uma associação que presta auxilio às pessoas necessitadas, inclusive com a distribuição do Pão de Santo Antônio.

 À direita, saíram as Santas Virgens, colocando-se na banqueta a Imagem de Nossa Senhora do Rosário. Os altares laterais da nave principal foram eliminados. O púlpito permaneceu recebendo melhoramentos. A mesa de comunhão de ferro fundido foi retirada e substituída por outra de alvenaria. A igreja foi pintada por dentro e por fora.
Gravura de São Raimundo Nonato. Na localidade de São Pedro dos Bois, municipio de Macapá, os moradores lhe prestam homenagens no dia 31 de agosto.

Nas laterais foram abertas três portas de cada lado e fechadas as janelas. Posteriormente, em decorrência das decisões do Concílio Vaticano II, a mesa de comunhão deixou de existir, retirou-se o púlpito, o batistério e os bancos próximos ao altar principal. Os padres passaram a celebrar a missa em português e de frente para os fieis. Com o advento da nova catedral, surgiu a idéia de transformar a velha igreja no Santuário de São José, com a reinstalação dos pormenores de outras épocas.  
Gravura que mostra o apóstolo Tomé examinando e tocando na chaga existente no flanco direito de Jesus Cristo. Tido como incrédulo, porque duvidou que Jesus tivesse ressucitado, disse que só acreditaria que o Divino Mestre havia vencido a morte se o visse e tocasse suas feridas.

                        Observa-se no interior da igreja que há várias pedras tumulares indicando o local onde teriam sido sepultadas pessoas gradas da comunidade macapaense. Essas lápides estão assentadas no piso e nas paredes, mas acredita-se que nenhum sepultamento foi realizado no interior do templo. A colocação de uma lápide dependia da atuação do morto no dia a dia da religião que professava, do status que o falecido e sua família ostentavam na cidade.O poder aquisitivo dos familiares também era vital para a obtenção da licenca para a colocação das chamadas “lápides de penitência” ou “lápides de lembrança”. Os corpos das pessoas mencionadas nas lápides da igreja teriam sido sepultados no Cemitério Nossa Senhora da Conceição.   
 
Esta gravura das Santas Virgens é semelhante as imagens que existiam no altar onde atualmente está a imagem de  Nossa Senhora do Rosário. As santas representadas no quadro acima são as irmãs Ágape, Irene e Quilônia, martirizadas por ordem de Dulcério, governador da Macedônia.Àgape e Quilônia foram queimadas vivas. Irene morreu em óleo fervente.